sexta-feira, julho 07, 2006

Safra afeta mercado imobiliário

Valor de imóveis cai 40% em três anos

Estimativa é de imobiliárias de Dourados, que culpam as quebras de safra; procura por imóveis diminuiu 50%

Por causa da safra, em Dourados há mais imóveis à disposição e menos interessados

Os preços dos imóveis comercializados em Dourados caíram até 40% nos últimos três anos. A constatação de especialistas em mercado imobiliário tem base no agronegócio, em que as últimas três safras foram prejudicas pela variação cambial, pelo alto custo de produção e, principalmente, pelas seguidas estiagens que derrubaram a produtividade em até 60% em alguns municípios da Grande Dourados. Como o agronegócio movimenta a economia, com volume menor de dinheiro em circulação, também caiu a procura por imóveis à venda e passou a valer a lei da oferta e procura: mais imóveis à disposição e menos consumidores interessados.
Segundo algumas imobiliárias, uma casa média avaliada em R$ 100 mil em 2003, hoje pode ser comprada por até R$ 60 mil. No mesmo período também ocorreu a revisão da planta imobiliária de Dourados, que elevou os valores de venda dos imóveis, mas na hora de fechar negócio o comprador ainda acaba levando vantagem em virtude da queda na cotação dos imóveis.
O gerente da Imobiliária Continental, Manoel Alexandre Gonçalves, afirma que muitos imóveis ainda estão fechados porque há resistência dos proprietários em reduzir os valores, dos aluguéis ou da venda. "Na realidade, não houve desvalorização dos imóveis, em Dourados. Há três anos, os imóveis valorizaram muito e com a queda na produção e nos preços da safra, hoje eles estão retornando à realidade", disse.
"Hoje, mesmo o preço estando ‘supervalorizado’, ele está de acordo com a realidade, em relação ao mesmo período do ano passado. Com a queda na economia da Grande Dourados, o município não está recebendo novos investidores e a população não é suficiente para ‘esgotar’ os novos imóveis. Procuramos negociar com os proprietários e colocamos valores mais reais nos imóveis. Mas a procura diminuiu quase 50% nos três anos", salienta Gonçalves.
O economista Carlos Alberto Vittorati diz que os imóveis de Dourados são valorizados porque a comercialização é definida. "O eixo Marcelino Pires e Hayel Bom Faker, já diz tudo, são altamente valorizados. Nesses momentos de crise, o imóvel é a principal reserva de valor. Apesar da queda de três safras, o preço não caiu tanto, na verdade eles são os que menos perderam valor. A valorização artificial dos aluguéis de Dourados, mostra que esses são os mais caros do Centro-Oeste", enfatiza Vittorati, lembrando há declínio de preços em algumas localizações e não da própria locação. (Com reportagem de Jamilyê Depieri)
Fonte: Jornal O Progresso - Dourados

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