sábado, setembro 23, 2006

A alternativa escolhida: consórcio!

Consórcios de imóveis mantêm fôlego e crescem 35% no semestre

As vendas de consórcios de imóveis não param de crescer. Este ano, a expansão foi de 35% no primeiro semestre, em comparação a igual período de 2005, segundo dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac) e do Banco Central. Em junho, foram comercializadas 18,5 mil cotas. Há três anos, a média mensal não passava de 6 mil. " É o carro chefe do setor de consórcios " , diz Rodolfo Montosa, presidente da Abac.

A aposta dos bancos e administradoras é que as vendas se mantenham aquecidas nos próximos meses, apesar do pacote de crédito imobiliário anunciado anteontem pelo governo. No Bradesco, o líder na venda de consórcios, a previsão é de expansão de 40% este ano, ultrapassando a barreira de 100 mil cotas comercializadas.

" Mesmo com todo incentivo ao crédito imobiliário, o consórcio continua tendo mercado, pois não são produtos competidores " , afirma Antonio Celso Barbuto, diretor-presidente da Bradesco Consórcios.

O enorme déficit imobiliário brasileiro, estimado em 7,9 milhões de moradias, é outro fator que anima os executivos do setor de consórcios. " Apesar do incentivo ao crédito, a necessidade de imóveis é muito alta " , afirma Montosa, da Abac.

O fato de não ter taxa de juros é apontado como o principal atrativo do consórcio. Com isso, as prestações mensais são menores. Segundo cálculos da Abac, um financiamento imobiliário de 120 meses para um imóvel de R$ 100 mil, com juros de 12,5% (mais a TR), teria prestações mensais de R$ 2.300. Um consórcio com as mesmas condições (incluindo a taxa de administração), teria mensalidade de R$ 1.070. A desvantagem é que se o consorciado não tiver sorte (e não der lances), a entrega do imóvel pode demorar até dez anos.

Segundo dados do Banco Central, os consórcios de imóveis contam com 365 mil participantes ativos. Nos últimos anos, vários bancos, como Bradesco, HSBC e Banco Real, passaram a vender este tipo de consórcio. Com a expansão do mercado, a Porto Seguro foi uma das que mais cresceu e já ocupa a terceira posição no último ranking do BC, atrás do Bradesco e da Caixa Econômica Federal.

As vendas da Porto cresceram 18% em 2005 e 6% no primeiro semestre. A companhia já tem 29 mil consorciados. Os imóveis respondem por 90% do negócio de consórcio da Porto Seguro, que também trabalha com veículos.

A companhia usa nos consórcios a mesma estratégia que tem para os seguro de carros, onde oferece junto com a apólice uma série de serviços e diferenciais. Nos consórcios, por exemplo, quem paga aluguel começa o plano pagando um valor 30% menor na mensalidade. Quem é contemplado, ganha um seguro residencial, conta Wagner Suzuki, da Porto Seguro Consórcio. Além disso, a seguradora tem 450 vendedores próprios.

O crescimento das vendas de consórcio de imóveis não tem sido acompanhado por aumento das taxas de inadimplência. Segundo dados do BC, a taxa estava em 2,39% em julho; no mês anterior estava em 2,56% e no início da década, em quase 8%.

Puxado pelos imóveis, o setor de consórcios bateu recorde de venda em junho, com a comercialização de 151,2 mil cotas - o quarto mês consecutivo de recorde. Veículos e eletroeletrônicos apresentaram queda nas vendas. As motocicletas cresceram só 0,5%.

No acumulado do semestre, as vendas dos consórcios no Brasil somaram 863,7 mil e foram 12,8% menores que em igual período do ano passado. O pior desempenho no período foi nos eletroeletrônicos, com queda de 54,2% nas vendas. Uma das razões para o fraco desempenho é que o Banco do Brasil entrou no ano passado no segmento. Com isso, a comparação dos números fica distorcida.

Os consórcios movimentam R$ 17 bilhões por ano. Os ativos do setor são avaliados em R$ 49,5 bilhões. Em número de participantes, são 3,4 milhões, dos quais a maior parte (51%) são pessoas que compram consórcio de motos; veículos representa 29%, imóveis têm 11% e os eletroeletrônico possuem 9%. A Abac prevê crescimento de 10% para o setor este ano.

Fonte:Altamiro Silva Júnior Valor Econômico

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