segunda-feira, junho 19, 2006

Construtoras oferecem imóveis personalizados para clientes

Bárbara Ladeira
Especial para o Diário Do Grande ABC

Construtoras investem cada vez mais em produtos para atrair e beneficiar o cliente. A nova tendência do mercado imobiliário se concentra na personalização dos produtos. Apartamentos adquiridos na planta podem ter desde pisos até posicionamento de paredes alterados conforme o gosto do comprador.
A demanda para esse tipo de serviço começou com clientes que, sempre que possível, procuravam sugerir mudanças nas plantas dos imóveis. “Muitos pediam para que o apartamento tivesse mudanças como a modificação de uma parede de lugar para criar ou reduzir um cômodo, ou ainda a troca de material do piso ou da pia da cozinha”, conta Rosana Carnevalli, proprietária da Construtora Carnevalli, de São Caetano.
Qualquer estrutura que não faça parte da sustentação do edifício pode ser alterada, desde que o pedido seja feito com antecedência. Rosana explica que muitas vezes o cliente solicita mudanças em posicionamento de paredes que possuem função estrutural na obra e que não podem ser retiradas. “Todas as mudanças precisam ser muito bem estudadas para que não sejam cometidos erros. Um apartamento é uma aquisição para a vida toda.”
Para realização desse tipo de serviço, não há variação dos custos do imóvel. Mas o cliente é o responsável por pesquisar e determinar as mudanças, encaminhando-os à construtora. Se o valor de cada equipamento a ser trocado for diferente do que o desejado pelo comprador, a diferença é abatida do preço total do apartamento e o comprador assume a aquisição do novo equipamento.

Versatilidade – Além das possíveis mudanças, novos projetos trazem um componente que tem agradado muitos compradores: a versatilidade. Dar possibilidades ao cliente já faz parte dos requisitos básicos para proporcionar cada vez mais satisfação na compra.
Uma das propostas da Carnevalli vendidas atualmente consiste em um apartamento de três dormitórios e uma sala multiuso, que também pode virar um quarto. Por outro lado, se o comprador quiser tirar a parede, terá uma sala ampliada. A cozinha tradicional pode ser alterada para o modelo americano. “Na hora de montar o projeto, nós apresentamos uma série de estruturas removíveis e passamos isso para cliente”, afirma Rosana.
Uma outra possibilidade são os pacotes de mudança, no qual o cliente escolhe quais os itens que podem ser alterados dentro das opções da construtora. Há seis meses, a M.Bigucci, de São Bernardo, oferece o Personal Home. Cerca de 10 opções de kits ficam disponíveis para que o consumidor opte pelo mais adequado às suas necessidades.
Os pacotes variam de R$ 3 mil a R$ 35 mil e oferecem possibilidades de mudança nos azulejos, troca do piso e da pedra utilizada na bancada da pia até o posicionamento de paredes e divisórias. Para fazer as escolhas, o cliente conta com o apoio de uma arquiteta que dá sugestões e orientações específicas para cada caso. “Não é uma imposição, mas um item a mais”, afirma Marcos Bigucci, diretor de Vendas e Marketing da construtora.
Em um empreendimento localizado no Rudge Ramos, de 259 unidades, mais de 50 foram vendidas com algum kit. “Foi uma experiência que deu muito certo. Os clientes elogiaram bastante”, conta Bigucci.
Por enquanto, esse tipo de serviço ainda se restringe aos condomínios de médio e alto padrão. No entanto, para Rosana Carnevalli, é provável que as alterações se tornem cada vez mais comuns. “Qualquer coisa que pode criar um diferencial nos imóveis é tendência.”
(supervisionado por Adriana Mompean)



Opção de serviço agrada clientes

Comprar imóveis na planta com possibilidades de alteração tem sido um forte atrativo para os clientes. Mesmo com diferenciais de preço, construtoras com o serviço tendem a ganhar a preferência e principalmente fidelizar compradores de imóveis.
Marcelo Souza, de São Bernardo e que trabalha com eventos de marketing, fez muitas pesquisas antes de bater o martelo sobre qual seria seu próximo imóvel. A opção foi pela construtora que oferecia serviços de personalização dos apartamentos. “É claro que tiveram outros fatores, mas o principal motivo da escolha foi este”, afirma.
As mudanças seriam imprescindíveis. Souza conta que sua esposa é muito exigente e em todos os apartamentos que pesquisaram, ela sempre sugeria alguma mudança. “Quando eu perguntei se poderia fazer algumas alterações, me mostraram uma infinidade de plantas e pacotes.”
A proposta foi a que mais agradou, pois Souza buscava um imóvel que não trouxesse muito trabalho após a entrega das chaves. Em novembro de 2008, Souza terá o apartamento pronto para morar.
“Para o cliente isso é uma ‘mão na roda‘, porque não precisa perder tempo contratando pedreiro ou pesquisando e comprando materiais”, conta Souza, que fez uma pesquisa e viu que o preço pago pelo pacote de mudanças compensava o investimento. “Eu acabaria construindo tudo depois. Assim, não tenho preocupações e ainda pago parcelado.”
O engenheiro químico Dario Gumigro, de São Caetano, também fez diversas mudanças no imóvel que adquiriu recentemente. “Diminui as dependências de empregada, coloquei mais uma porta no banheiro, fiz uma sala de TV, um closet no quarto e pretendo colocar uma churrasqueira na sacada”, conta.
Sem o auxílio de qualquer profissional especializado, Gumigro diz que as mudanças foram estudadas e aprovadas pela construtora. “Eles foram muito maleáveis. Não compro imóvel sem fazer com que ele fique com a minha cara.” — BL


Paredes de drywall são alternativa

Paredes de drywall são uma boa alternativa em rapidez e limpeza para obras. Embora seja pouco utilizado no Brasil, especialistas do setor afirmam que o material é a melhor solução para evitar gastos excessivos e reformas demoradas. O drywall também é ideal para quem gosta de fazer modificações estruturais no imóvel com freqüência.
O material é composto por gesso, estrutura metálica e materiais de isolamento acústico. A parede dispensa a utilização de tijolos e concreto e a obra é concluída mais rapidamente, sem produzir tanta sujeira quanto a construção de uma parede comum.
A arquiteta Roseane Sanches, de São Bernardo, dá preferência para o drywall em todas as suas obras, há mais de cinco anos. “O material economiza tempo, dinheiro e mão-de-obra.” Segundo ela, os clientes estão muito satisfeitos com resultado da aplicação do produto.
No entanto, para Marcos Bigucci, diretor de Vendas e Marketing da M.Bigucci, a utilização do material seria ideal se não existisse a pouca familiaridade do brasileiro com o produto. “As pessoas não aceitam muito bem esses métodos novos de construção. Acabam ficando desconfiados da qualidade e segurança do produto.” O material é bem-visto pelas construtoras. No entanto, por mais que tentem implantar em algumas obras, a rejeição é unânime por parte do cliente.
Para Bigucci, não há o que temer, uma vez que o material é preparado para funcionar como paredes divisórias. “Além de ser seguro, as obras seriam mais limpas e terminariam mais rápido.”
Rosana Carnevalli, da construtora Carnevalli, não usa o material nas obras da empresa mas seu escritório é todo feito em drywall. “Nunca tive nenhum problema”, conta.
A principal vantagem, para ela, é a limpeza da obra. Além disso, o material dispensa o revestimento e o concreto. “A parede é mais fina, fica bonita no ambiente.”
Também é essencial que o drywall seja combinado com paredes comuns, uma vez que o material não esconde vigas de estrutura da construção. Outro cuidado deve ser com a aplicação de pregos e parafusos na parede. “Existe um sistema adequado, uma bucha especial para uma furadeira diferenciada. É preciso ter cuidado, senão estraga a parede”, comenta Rosana. — BL

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